APARÊNCIAS E VANTAGENS INDIVIDUAIS

 APARÊNCIAS E VANTAGENS INDIVIDUAIS

O executivo de Indaiatuba tem mostrado que governar não é para fracos. Foi preciso uma pandemia para evidenciar as suas dificuldades para gerir uma crise na Saúde. Desculpas não resolvem, mas culpas transbordam.

Mesmo com as últimas deliberações do Governo Federal e do Estado, não se viu nenhum plano de emergência em Indaiatuba que pudesse evitar que a cidade, número 1 no País, seja proporcionalmente a primeira cidade da Região em mortes por COVID-19. Também não bastou ter recursos, equipamentos, oferta de leitos e UTIs, espaços físicos novos e mão de obra, quando se sequer soube se aplicar o protocolo de triagem da Tomografia seguida da indicação da Hidroxicloroquina+azitromicina, no início sintomas, que afinal é o que tem dado resultado no momento.

Seguindo uma linha que seria a mais provável para se controlar a doença, o monitoramento das pessoas infectadas e de seus familiares em casa, já deveria utilizar a nova medicação que por sinal poderia estar disponibilizada na Farmácia Popular, já que o custo dela é baixo. Assim, como um mapeamento da doença promovido por um especialista em infectologias e epidemias contratado, talvez desse uma visão maior de contaminados em Indaiatuba e um norte para ações mais eficazes de controle. Até a pequena Porto Feliz soube fazer isso.

O que faltou até agora para a gestão da crise em Indaiatuba? Planejamento. O controle do isolamento ou a falta dele pela vigilância sanitária, uma campanha pública para mapear os sintomas, montando tendas nas ruas e fazendo exames rápidos na população, medindo febre e fazendo perguntas pertinentes, já seria um bom começo. Por outro lado, pensar num controle sem retorno gradual ao trabalho e, aos estudos inclusive, já que trabalhadores precisam de creches, representa um impacto grande na economia, principalmente no comércio da cidade que já não é dos mais prestigiados. E é o que está acontecendo, muitas portas baixando definitivamente.  

Hoje, Indaiatuba segue a mercê do Governador do Estado que vê o isolamento como solução para a falta de gestão. Tanto que a população se pergunta: Com fazemos para controlar nossa saúde se UBSs e Hospitais estão restringidos a cuidar de uma pandemia que não se mostrou devastadora como as autoridades esperavam? Como ficar em casa com pouco ou sem recursos tendo de pagar as contas?

A mortalidade da COVID-19 em Indaiatuba está em 10%, se calculada sobre o total de pacientes infectados e ainda não chegou às ruas ou entidades assistenciais mais carentes, mas ameaça os cidadãos de fora da cidade que buscam atendimento no HAOC pelo SUS. Enquanto isso, metade de Indaiatuba segue vida normal e a outra sofre os prejuízos, isolada e confusa.

Sem planejamento para um gradual e eficiente retorno, em poucos dias todos estaremos voltando à vida normal por conta e risco, e o prefeito enfim descobrirá que teria sido uma ótima escolha se tivesse acontecido antes, com planejamento. Até porque, segundo denúncias, não faltou verba, mas faltou exames, faltou EPIs, faltou gestão.

Quem diria que precisaríamos de uma crise para evidenciar e provar o que muitos já sabiam: Aqui, o coletivo tem vivido apenas de aparências, enquanto o executivo foca as vantagens individuais.

Raphaela Vitiello

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