Após anunciar reavaliação, governo de SP afirma que volta às aulas em setembro está mantida

Anúncio da reavaliação foi feito na quinta após estimativa de que retomada das escolas poderia causar a morte de 17 mil crianças em todo o Brasil. Secretário da Educação de SP disse nesta sexta que estudo, feito por um matemático da FGV, na verdade estima 1.557 mortes.
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse nesta sexta-feira (17) que está mantida a volta às aulas no início de setembro para as cidades que tiverem mais de 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização.
Na quinta (16) o governo havia anunciado que a retomada das escolas seria objeto de uma “reavaliação” por conta de estudos que estimaram aumento de mortes entre crianças com a volta às aulas. O anúncio, feito pelo coordenador-executivo do grupo, João Gabbardo, ocorreu quando ele foi questionado sobre uma projeção matemática que estimava até 17 mil mortes entre crianças com a retomada.
Nesta sexta, Rossieli Soares disse que a projeção, na verdade, é de 1.577 mortes, e que houve um erro na divulgação do estudo do matemático Eduardo Massad, professor titular da Escola de Matemática Aplicada Fundação Getúlio Vargas (FGV), que criticou a retomada das aulas em SP em vídeo (veja o vídeo abaixo).
“Quando se falou lá atrás de 17 mil mortes, o próprio professor reconheceu isso em comunicação com a secretaria da educação, este número está errado em até 10 vezes. Na verdade, o número de mortes poderia ser de 1.557 no Brasil”, disse Rossieli Soares.
Rossieli disse ainda que a estimativa de 1.557 morres abrange a retomada de aulas em todo o país e para todos os alunos entre 1 e 19 anos.
“Não é só pra educação infantil, é pra toda população de 1 ano até 19 anos. 1.557 é um número, sim, considerável, por isso que nós estamos alertando, nós não aceitamos [essa quantidade de mortes] e vamos trabalhar com absoluta segurança nesse processo. Por isso que nossos protocolos estão falando, nós não voltaremos com as condições de hoje, só voltaremos com segurança, com a área da saúde dizendo que é possível retomar dadas as condições que teremos lá na frente. Por isso, os nossos protocolos estão mantidos”, completou Rossieli.
O G1 procurou o pesquisador Eduardo Massad para confirmar qual é a projeção de seu estudo e aguarda retorno.
São Paulo planeja a retomada gradual das aulas a partir de 8 de setembro para as cidades que tiverem mais de 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização, segundo o governo paulista. A proposta prevê ainda combinação de aulas presenciais e virtuais.
Fonte: G1