INDAIATUBA SEM PAR E SEM VOZ

Já vem de alguns anos a consequente perda de espaço da imprensa impressa no Brasil. E não é só aqui, é no mundo todo. Porém, se transformar não quer dizer extinguir, até porque, o povo precisa da boa imprensa.
Sim! Ao longo de uma década e com a ascensão contínua da tecnologia, os empresários maus caracteres e seus amigos da política, tem se empenhado em destruir também a profissão jornalística, e o pior é que muitos jornalistas entraram na onda de trocar verdade por dinheiro. Assim, algumas empresas de comunicação cresceram em detrimento de outras mais sérias que por não se vender ao poder dos déspotas, acabaram morrendo ou estão à mingua.
Sistemas de comunicação foram desenvolvidos com a assessoria do marketing frenético que dominou o mundo. Hoje, qualquer um é notícia, basta pagar para ter a melhor equipe de mídia. Nesse contexto, o jornalista moderno transformou o fato em opinião e tendência, assim, quem paga melhor leva a notícia que quer dar e não aquela que produziu, salvo raras exceções que ainda sobrevivem em busca da notícia de verdade.
Com esse monstro crescendo e comprando jornais, revistas, rádio e TV, e as universidades recebendo autorização para ministrar cursos presenciais ou AeD por apostilas mal escritas e professores mal formados, o jornalismo acabou. Hoje, o que se vê são grandes espetáculos com rostinhos e corpinhos bonitos soltando pérolas parafraseadas de um ou outro jornalista que mantem-se aculturado e observador dos reais acontecimentos. E para isso, nem é necessário ter DRT – um certificado exigido para comprovar a profissão de jornalista. Como se não bastasse os maiores veículos de comunicação estarem hoje concentrados nas mãos de políticos e seus colaboradores, nessa mistura de poder institucional com poder comercial da “comunicação” formou-se estratégias de divulgação que simplesmente excluem as mídias que ainda tentam dar a notícia como ela de fato o é.
Aqui em Indaiatuba, depois do fechamento do Jornal Tribuna de Indaiá com 60 anos de notícia, em parte provocada pelo corte na verba pública de direito, um a um dos semanários foram morrendo por falta de investimento e por sofrer a concorrência desleal daqueles a quem a prefeitura abraça. A verba de imprensa da Administração Pública, que por Lei, deveria ser destinada à comunicação/imprensa da cidade como um todo, passou a comprar canais e jornalistas dispostos a divulgarem o que políticos acham pertinente, ou seja, hoje, rádios, blogs e sites operam com jornalistas pagos pela Prefeitura que é quem determina o que deve ser notícia. Os poucos veículos e jornalistas sérios que ainda resistem são perseguidos e ameaçados por políticos e comissionados devidamente pagos para fazer o trabalho sujo. Tudo isso pode ser constatado na folha de pagamento da Prefeitura, no Portal da Transparência.
Enquanto isso, a Prefeitura de Indaiatuba tem montado dentro de suas instalações, estúdio com tecnologia comprada assim como seus colaboradores jornalistas que se renderam para poder continuar no que eles chamam de profissão. Tudo isso é público. Basta ver que a Prefeitura não faz mais coletivas de imprensa e sim LIVES onde cada autoridade responde perguntas previamente feitas “pela população” e selecionadas por comissionados que nunca escreveram sequer uma carta.
Para completar, a Prefeitura lança canais de divulgação comercial para manipular notícias e atrapalhar os projetos jornalísticos que ainda sobraram na cidade e resistem tentando oferecer a melhor e verdadeira notícia. Assim, se os indaiatubanos pretendem saber o que e como a cidade cresce e se desenvolve, que tipo de economia ela alimenta e para onde vão os recursos, não são nos canais de propriedade da Prefeitura que lhes oferecerão com total transparência essa informação.
Portanto, quando quiserem saber a verdade, terão de busca-la fora dos limites mercenários do poder público local. E enxergando essa dificuldade é que nós da Revista Imediata continuamos nosso trabalho em busca de informar com transparência e lisura os acontecimentos, fazendo do jornalismo sério e digno a nossa sobrevivente voz. Portanto, na hora que você empresário e comerciante precisar de um canal para divulgar seus produtos e serviços, PENSE NISSO.